Dentre as transformações ocorridas nas últimas décadas destacam-se a reestruturação das atividades produtivas, incorporação de tecnologia, aumento da subcontratação, desregulamentação de direitos no trabalho e terceirização. Este estudo tem por objetivo analisar as trajetórias e atividades de trabalho e suas repercussões na saúde dos(as) trabalhadores(as) de limpeza hospitalar. Utilizou-se questionário com questões sobre trajetórias de trabalho, capacidade para o trabalho, análise de acidentes de trabalho com 69 trabalhadores; além de observação dos diferentes locais de trabalho. Houve predominância de mulheres (89,9%), com relato de trabalho precoce na história de vida e experiências como trabalhadoras domésticas e no meio rural. Os trabalhadores relataram medo e insegurança advinda com o processo de terceirização hospitalar e o reconhecimento da perda da saúde no e pelo trabalho. As doenças com diagnóstico médico relatadas foram lesões por acidentes, musculoesqueléticas e cardiovasculares; e as doenças emocionais leves nas autorreferidas. O trabalho de limpeza hospitalar exige capacidade física adequada e, portanto acompanhamento de saúde que compreenda a especificidade desta atividade. A temática do trabalho e sua relação com a saúde se faz importante, já que as mudanças atuais apontam para a precarização e intensificação do trabalho e trouxeram repercussões à vida, à saúde e subjetividade da classe trabalhadora.