A valorização de subprodutos e/ou resíduos de diferentes cadeias produtivas tem se mostrado como alternativa na incorporação como material cimentício suplementar (MCS), seja na produção de cimentos, em adição ou substituição à matriz cimentícia. Tais estudos se mostram importantes, visto que é crescente a busca por materiais sustentáveis e menos impactantes ao meio ambiente. Desta forma, este trabalho visa contribuir para o estudo de novos MCS através da utilização da cinza dos resíduos da extração do óleo de palma, uma vez que tais resíduos (fibra do mesocarpo, endocarpo e cachos vazios) são utilizados como biomassa nas caldeiras de beneficiamento e refinamento do óleo de palma, gerando grande quantidade de cinza. Para analisar a viabilidade técnica deste material, foram produzidos concretos convencionais em substituição ao cimento Portland nos teores de 7,5% e 15%, o método de dosagem utilizado foi IPT/EPUSP e foi fixado a relação água/aglomerante em 0,45 e 0,60. Adotou-se um traço referência (sem substituição) para o concreto e realizou-se a avaliação de propriedades mecânicas através de ensaios de resistência do concreto (compressão axial, tração por compressão diametral, tração na flexão e módulo de elasticidade), onde foi possível observar que na resistência à compressão o concreto com substituição não superou as resistências obtidas pelo traço referência, porém alcançou resultados similares com o teor de 15% de substituição associado a relação água/aglomerante de 0,60. Além disso, foi possível constatar que para a resistência a tração e módulo de elasticidade não apresentaram resultados significativos influenciados pelo teor de cinza.