Article
Portuguese
ID: <
10670/1.nv2c6v>
Abstract
As relações interculturais durante um longo período da história foram realizadas em sua maior parte pelos viajantes e tradutores. A partir do século XV a expansão colonial europeia utilizou-se das diversas representações sobre os povos subjugados e seus territórios, criadas por esses agentes, para construir um discurso colonial que buscava justificar e naturalizar o domínio europeu sobre suas colônias. Modernamente o trabalho desse corpo de funcionários foi substituído por, entre outros, o etnógrafo e o acadêmico, e o poder colonial foi substituído pelo neoimperialismo econômico e cultural. A violência implícita nessas representações consiste basicamente em caracterizar uma suposta incapacidade de autogerência e desenvolvimento desses povos sem a tutela europeia, além de vincular a determinação de sua identidade cultural a um discurso eurocentrista. Neste trabalho apontamos como algumas dessas práticas se desenvolveram na história brasileira, demonstrando de que forma as representações culturais sobre o outro podem trazer implicitamente um discurso de dominação.