O presente estudo objetivou realizar a caracterização da prática fitoterápica nas unidades básicas de atenção primária à saúde em Picos-PI. Trata-se de análise quali-quantitativa, descritiva e exploratória. A população-alvo do estudo foi definida através de amostragem não probabilística e os dados foram obtidos com base na aplicação de 3 questionários distintos direcionados aos gestores (n = 6), profissionais da saúde (n = 25) atuantes nas Estratégias Saúde da Família e usuários (n = 50) deste serviço de saúde que requeriam este serviço na zona urbana. Observou-se que 92% dos profissionais da saúde apresentaram boa aceitação sobre a inserção da fitoterapia no Sistema Único de Saúde. Entre os gestores, houve unanimidade quanto à implementação da fitoterapia na atenção básica como tratamento alternativo. Constatou-se ainda que, segundo os gestores entrevistados, 67% dos usuários solicitaram tratamentos alternativos nas unidades de saúde. No entanto, observou-se que existem muitas dificuldades a serem enfrentadas quanto à infraestrutura dos serviços e à organização do sistema de saúde para que a fitoterapia seja devidamente aplicada como suporte aos cuidados em saúde, visto que esta é uma prática que pode auxiliar na manutenção das condições de saúde dos indivíduos. Um ponto de partida para a resolução dessas questões seria propor uma formação acadêmica e/ou capacitação/treinamento acerca da fitoterapia para os profissionais de saúde e gestores, pois são eles que podem buscar melhorias nas práticas em saúde, sendo que a partir disso os usuários poderão ser bem orientados sobre o uso das plantas e/ou fitoterápicos, o que vai desencadear diversas possibilidades para que outros entraves sejam resolvidos e, assim, haja melhorias na prática fitoterápica em Picos e também em todo o nosso país.