Article
Portuguese
ID: <
oai:doaj.org/article:139720e722e0423ca9265419f7c4ed56>
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DOI: <
10.17058/redes.v22i2.9621>
Abstract
A convivência ética entre os seres vivos é impossível no capitalismo. Constituída de um padrão global de poder —Colonialidade— que incide sobre raça, saber, ser, natureza, a institucionalidade capitalista é hostil à ética porque esta contraria práticas —patriarcais, raciais, etnocidas, epistemicidas, ecocidas— que ameaçam de extinção a vida na Terra. Só uma ordem institucional contra hegemônica pode instituir outros modos de vida nos quais a ética é constitutiva da convivência em uma comunidade de vida, como propõe a ciência da Agroecologia. O capitalismo se oculta na ideia de desenvolvimento para devorar mercados cativos, matéria prima abundante, mão de obra barata, mentes obedientes e corpos disciplinados, enquanto viola o humano, o social, o cultural, o ecológico, o espiritual, o ético. Como desenvolvimento = capitalismo, a Agroecologia só fará sua contribuição integral à felicidade dos povos rurais e à sustentabilidade de seus modos de vida no ‘dia depois do desenvolvimento’: quando o paradigma do Bem Viver, com sua ética da inovação, supera a institucionalidade ordenada para o capital por outra orientada para a vida.