Article
Spanish, Portuguese
ID: <
oai:doaj.org/article:17e86c5aadc943918cad6bf2b06d5b85>
·
DOI: <
10.23899/relacult.v3i3.518>
Abstract
A presente reflexão tem o objetivo de apresentar a relevância da Capoeira como possibilidade de diálogo de saberes nas discussões contemporâneas em torno dos processos decoloniais, a partir do reconhecimento de seu caráter ancestral, intercultural e patrimonial imaterial, bem como de sua identidade libertária e de resistência. Bastante expressiva desde o período Colonial brasileiro, fortemente criminalizada e discriminada durante a Primeira República, atualmente a Capoeira está presente em mais de 160 países e em todos os continentes, desde sua internacionalização na década de 60 do século passado. A análise de documentos brasileiros como o Dossiê de Registro e Salvaguarda da Capoeira como Patrimônio Cultural do Brasil e o Estatuto da Igualdade Racial busca contribuir, primeiramente, para o fortalecimento da Capoeira, de seus saberes em encontro e de suas expressões, bens culturais legítimos, isto é, para a afirmação identitária africana do povo brasileiro, mas também de cada praticante de Capoeira. A organização dialógica dos saberes da capoeira, por meio das perspectivas de sua corporeidade, musicalidade, simbologia, história e historicidade, ritualidade e ancestralidade, contribui para o cuidado patrimonial, para a formação da identidade cultural afro-brasileira.