Percorrendo certos fragmentos do itinerário poético de León Felipe, o presente ensaio pretende analisar a figura, cunhada por Felipe, do poeta prometeico. A partir do estudo do termo grego oikonomia, apresenta, numa leitura etimológica, como tal termo se desdobra em várias imagens, as quais, embora conexas, tiveram diferentes usos e consequências tanto na configuração de uma comunidade política, quanto na formação do sujeito humano. Enfatiza também como o próprio termo oikonomia pode ser um operador fundamental para a compreensão da imagem – e, com isso, também da noção de espetáculo, tão pertinente para a configuração política contemporânea. Apresenta como diante do aprisionamento de toda palavra humana – de todo logos que possibilite uma ação política – a noção de parábola torna-se imprescindível como um modo de resistir à cooptação da palavra. Por fim, a partir da ideia do poeta prometeico – e de suas repercussões nos campos estético e ético –, constata como é possível construir uma linha de fuga para a disposição econômica da palavra e da vida humanas.