Article
Portuguese
ID: <
oai:doaj.org/article:390ac11cd1384ad8b1dde694cd701a85>
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DOI: <
10.14195/0870-4112_3-2_7>
Abstract
Pretende-se discutir em que medida o regime autoritário compôs uma ideologia maritimista que penetrou o conceito de nacionalismo português. A interpretação dos mitos ideológicos reproduzidos pelo regime e a análise dos discursos culturais que o Estado produziu e veiculou através da Organização Corporativa das Pescas são campos fundamentais para a análise histórica que aqui se empreende. Essas evidências questionam a excessiva centralidade do ruralismo enquanto elemento de definição da ideologia do sistema ditatorial português. Segundo as representações ideológicas de cunho estatal, Portugal seria um país simultaneamente imperial e camponês. Conclui-se que o maritimismo ocupou, também, um espaço significativo no discurso ideológico do Estado Novo e assumiu um papel central na tentativa de nacionalização de uma tradição marítima singular.