Article
Spanish, Portuguese
ID: <
oai:doaj.org/article:8142c3afd79a439aa760f5c4c64924ee>
Abstract
Este artigo busca explorar as relações entre o corset e o fetichismo no século XIX e começo do século XX. Apoiado pela perspectiva de Anne McClintock em Couro imperial - Raça, gênero e sexualidade no embate colonial sobre o fetiche e as dinâmicas entre classe e gênero, o protagonismo do corset na manutenção da ociosidade doméstica feminina vitoriana é analisado. A investigação sugere que a crise de valor produzida pelo conflito entre os espaços públicos e privados, pela relação entre a agência masculina e a estagnação feminina e a impossibilidade do gozo do ócio feminino são encarnadas no corset que se converte em objeto-fetiche. A recuperação dos escritos de Freud, o estudo das genealogias do fetiche e a retomada de sua origem etimológica amplia as perspectivas de significação para a relação do corset com o corpo feminino oitocentista, cuja silhueta, desenhada pela corseteria, demarcava calculadamente as possibilidades de seu papel social.