Article
Spanish, Portuguese
ID: <
oai:doaj.org/article:a7a94fd0635941d2b285cf220584a5f5>
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DOI: <
10.23899/relacult.v5i5.1613>
Abstract
A etnia Guarani é uma das maiores representações indígenas na América do Sul, suas particularidades quanto ao dialeto e cultura apresentam importância significativa para repensar a memória e identidade atual. Esse artigo objetiva fazer uma análise do documentário "Tava, a casa de Pedra”, de iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), produzido em conjunto com integrantes da etnia Guarani-Mbyá, focalizando o dissenso entre a história oficial sobre os autóctones e as narrativas dessa etnia em relação à sua própria história registrada sobre o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo do Sul, no Rio Grande do Sul - Brasil. Passada de geração a geração por meio da oralidade, a versão da história dos Guarani-Mbyá que viveram no espaço que hoje denomina-se Ruínas, tem valor ímpar para o patrimônio imaterial, constituindo elemento de legitimação, de identidade, de pertencimento e de alteridade para essa etnia. O vídeo representa o que antes parecia impossível, ao apresentar a importância de considerar a voz dos indígenas na condição de construtores de sua própria história, bem como fixar a memória e identidade de seu povo que foi massacrado e quase totalmente dizimado. Os registros dos relatos podem contribuir para corrigir eventuais lacunas deixadas na história escrita, considerada oficial, em detrimento da oralidade. O método utilizado é a pesquisa qualitativa, com enfoque no estudo bibliográfico de autores especializados sobre a temática memória e identidade. Os resultados da pesquisa demonstraram que a versão apresentada pelos Mbyá possibilita uma versão da história mais heterogênea, quiçá mais próxima da que se apresentou naquele contexto histórico.