Percorrendo a criminalidade registada em Portugal no período mediado entre 1850 e 1910, este estudo procura demonstrar como o recurso à violência interpessoal era um elemento fortemente implantado na sociedade portuguesa, caracterizador de comportamentos que as autoridades, em particular as policiais e judiciais, procuravam contrariar, através da sua repressão e penalização. Desta forma, a lei serviu claramente para procurar implantar uma sociedade em que o recurso à violência, em todas as suas formas e exercida contra quem fosse, se tornasse um comportamento cada vez menos frequente e, quando persistente, fosse classificado como crime.