Article
Portuguese
ID: <
oai:doaj.org/article:e591d27756994421b340446015f1fdee>
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DOI: <
10.5007/2175-7917.2019v24n2p15>
Abstract
O artigo se compõe de três partes. Na primeira, traço alguns paralelos entre a obra Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, frente a outros romances de autoras negras brasileiras, sinalizando a contiguidade de um conjunto disperso, porém comunicante, de obras que se cruzam pelo gênero romanesco e pela autoria de mulheres negras – como o pioneiro Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, publicado no século XIX; Água funda (1946), de Ruth Guimarães, primeiro romance de uma autora negra publicado depois do fim da escravidão; Pedaços da fome (1963) e Diário de Bitita (1986), ambos de Carolina Maria de Jesus; As mulheres de Tijucopapo (1982), de Marilene Felinto e Um defeito de cor (2006), de Ana Maria Gonçalves. Em um segundo momento abordo o conceito de escrevivência, observando sua localização limítrofe entre ficção, realismo e autobiografia, salientando que fortuna crítica do conceito gera uma ampliação dos seus respectivos alcances. Por fim, destaco algumas linhas de força da obra, visando frisar sua potência narrativa de forjar e tornar visíveis contramemórias coloniais da nação.