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Programa de Pós-Graduação em Geografia - Dissertações Defendidas 2002 - Mestrado - Instituto de Geociências - Universidade Federal do Rio de Janeiro

Abstract

198 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 Programa de Pós-Graduação em Geografia Dissertações Defendidas - Mestrado Autor: Edson Soares Fialho Orientador: Ana Brandão Título: Análise temporoespacial do campo térmico na Ilha do Governador/ RJ em episódios de verão e inverno Resumo: A Ilha do Governador, localizada entre as latitudes 22º46’13" e 22º50’04"Sul e longitudes 43º09’27" e 43º 16' 17" Oeste, apresentou um vertiginoso crescimento urbano, notadamente a partir da década de 1950. As alterações impingidas refletem-se na configuração de valores térmicos. Inserido dentro da problemática do conforto térmico no meio urbano, o presente estudo procurou concentrar-se em analisar a relação entre o uso do solo e os aspectos geoecológicos, enfatizando os atributos climáticos (térmico e hígrico), em situações sazonais de verão e inverno. O estudo combinou três formas de abordagem: as observações móveis e fixas, análise do comportamento térmico da Ilha ao longo de 24 horas e o levantamento dos inquéritos junto à população insulana. Para o levantamento do campo térmico, foi utilizado um termohigrômetro digital de leitura direta. As coletas foram realizadas às 6:00; 13:00 e 21:00 horas, sob condições de massa tropical atlântica (verão) e massa polar atlântica (inverno). Utilizou-se um total de 4 transetos móveis, contendo 63 pontos, e cada percurso variou entre 9 e 12.5 km. Quanto aos pontos fixos esses foram num total de 9, com leituras horárias entre às 8 e 20 horas. As medidas intinerantes apresentaram o maior gradiente térmico horizontal às 13 horas, tanto no verão, quanto no inverno, com intensidade máxima de 4.5ºC e 5.5ºC, respectivamente. E nesse mesmo horário, foram identificados mais de um core de ilha de calor, e sempre sobre os sub–centros comerciais. Tanto no verão quanto no inverno se identificou essa característica. De acordo com os pontos fixos, o campo térmico apresentou elevados contrastes ao longo dos dias dos experimentos de campo, principalmente entre as 11 e 14 horas. A intensidade máxima do gradiente térmico registrado no 199 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 verão foi da ordem de 4.9ºC (forte) , enquanto no inverno 6.1ºC (muito forte), ambas registradas às 11 horas. Quanto à análise do comportamento térmico em 24 horas, entre a estação do AIRJ e da Ribeira, se observou uma tênue correlação entre o desvio padrão e o uso do solo. O ponto da Ribeira apresentou um desvio padrão menor que a estação do AIRJ, o que mostra que a relação entre uso e o armazenamento de energia é pertinente, ou seja, inércia térmica na Ribeira, mesmo esta estando situada próxima a um corpo liquido. Contudo, essa relação foi verificada no inverno, enquanto no verão o comportamento foi inverso. Em relação à análise dos inquéritos, foi possível observar a percepção da população insulana, e os resultados qualitativos mostraram uma correlação positiva. A análise revelou também que as referências recorridas nas citações dos locais mais desconfortáveis e confortáveis do ponto de vista térmico foram as ruas e as vias de acesso principais. Por fim, foi elaborada uma proposta de síntese climática, sob a forma de mapa de unidades climáticas, com a representação de três unidades topoclimáticas da Ilha do Governador, a partir das informações obtidas nos experimentos de campo (temperatura do ar, umidade relativa e direção e intensidade do vento) e os fatores geoecológicos (posição geográfica, orientação de vertentes e altitude), de acordo com a proposta metodológica adotada por Brandão (1996) e Tarifa e Armani (2001). Nesse sentido, também foram levantadas sugestões, com intuito de melhorar a qualidade de vida do insulano, que passam pela revitalização dos sistema hidroviário e a criação de áreas verdes e/ou arborização das praças insulanas, que mais parecem um “forno” do que um local de amenidade. Autor: Fabio Bonatto Orientador: Jorge Xavier da Silva Título: Transformações na paisagem natural de Boa Vista, Roraima: umdiagnóstico Ambiental por Geoprocessamento Resumo: O confronto entre a necessidade da informação geográfica e a escassez de dados orientados ao Planejamento Ambiental, em particular para a região amazônica, provocou a elaboração deste estudo, o qual parte da análise histórica do processo de ocupação 200 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 humana da região, salientando a contribuição das expedições técnico-científicas, bem como dos estudos contemporâneos, que forneceram a base para o entendimento da evolução da paisagem regional e permitiram a construção do modelo conceitual da dinâmica de transformação da paisagem local. A reunião deste conjunto de dados e informações ancilares, onde a tecnologia do Sensoriamento Remoto possibilitou o registro espacial das diferentes feições de interesse ao trabalho, foi preconizada pela utilização da Metodologia de Geoprocessamento proposta por XAVIER-DA-SILVA (1999), a qual permitiu a organização e manipulação desta vasta massa de dados. Como produtos tem-se a criação de um Modelo Digital do Ambiente e, com a realização das Análises Ambientais, o diagnóstico das transformações da paisagem de Boa Vista, que conduziram à elaboração de um Modelo de Intervenção Ambiental voltado ao Planejamento da Ocupação Urbana e à Gestão dos Recursos Naturais de maneira integrada e indissociável. Autor: Paulo Roberto Russo Orientador: Ana Maria de Paiva Macedo Brandão Título: A Distribuição das Concentrações de Partículas em Suspensão na Atmosfera da Porção Centro-oriental do Município do Rio de Janeiro: Considerações Preliminares sobre s Correlação Saúde Pública e Poluição Atmosférica Resumo: A poluição atmosférica se apresenta neste início de século como um dos mais graves problemas urbanos, sendo um dos principais responsáveis pelo comprometimento da qualidade ambiental em diversas áreas densamente ocupadas. Conforme os espaços urbanos são edificados sem um planejamento que considere a manutenção e/ou criação de mecanismos que gerem amenidades ambientais (por exemplo, áreas verdes e estabelecimento de padrões de ocupação do solo que favoreçam a circulação intra-urbana do ar), mais a população desses locais estará exposta à situações que causem prejuízos a sua saúde. Contudo, propor alternativas é assumir a necessidade de romper não somente com modelos produtivos impactantes, como também com estilos de vida. Costuma-se destacar como um dos grandes desafios para implementação de medidas que visam a melhoria da qualidade ambiental em áreas urbanas, o fato de que por 201 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 ser um espaço construído, intervenções seriam extremamente difíceis de serem realizadas. Todavia, esse argumento possui falhas, pois o espaço urbano não é estático, principalmente nas grandes metrópoles. O dinamismo do desenho urbano é uma característica do próprio sistema capitalista que na sua busca pela ampliação acumulada de capital, modifica formas e funções de espaços, gerando fluxos e criando condições de vida diferenciadas de acordo com a situação econômica de cada grupo. É dentro desse contexto socialmente complexo, caracterizado por choques de interesses, que se analisa no presente estudo a qualidade do ar no Município do Rio de Janeiro, ressaltando todas as suas implicações na saúde da população carioca e identificando os principais fatores geoecológicos responsáveis pela distribuição das concentrações de material particulado. Autor: Rafael Silva de Barros Orientador: Carla Bernadete Madureira Título: Estimativa de parâmetros físicos-químicos da água com suporte de sensoriamento remoto – estudo de caso: Baía de Guanabara Resumo: Este trabalho foi realizado no intuito de fornecer uma contribuição metodológica à investigação da qualidade das águas costeiras através da obtenção de dados por sensoriamento remoto. Amostras de água - em um número de estações de coleta que variou de 13 a 18 - foram adquiridas a 50 cm de profundidade na Baía de Guanabara nos mesmos dias de passagens dos satélites Landsat 5 e Landsat 7. Diversos parâmetros foram analisados e tiveram sua distribuição espacial mapeada através de técnicas de interpolação de dados pontuais. Três parâmetros em especial (Temperatura da Água, Turbidez e Material em Suspensão) além de mapeados, foram estudados através de análise de regressão tendo sido encontrada correlação com os dados obtidos a partir do tratamento digital de duas imagens de satélite (que sofreram correção atmosférica e conversão de níveis de cinza para reflectância e radiância), possibilitando o estabelecimento de modelos que, baseados nos dados dos sensores TM e ETM+, estimam o valor de tais parâmetros. A principal utilidade deste procedimento é viabilizar um monitoramento ambiental com custos mais reduzidos, produzindo resultados satisfatórios. 202 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 Autor: Ana Cristina Ferrante Vieira Orientador: Nelson Ferreira Fernandes Título: Controles morfológicos para a iniciação de canais em encostas naturais por fluxos superficiais: evidências de campo e modelagem Resumo: A topografia exerce um papel fundamental no desencadeamento de processos naturais, uma vez que sua forma permite que os processos de erosão e deposição ocorram modificando lentamente a paisagem. Diferentes modelos matemáticos foram desenvolvidos em bases físicas para melhor compreender a relação entre a topografia e a dinâmica de fluxos nas encostas, uma vez que a concentração de fluxo facilitada pela forma convergente dos hollows pode levar à formação de zonas de saturação, contribuindo para o aumento dos índices de ocorrência a deslizamentos. A literatura também aponta uma relação entre o ângulo de inclinação do início do canal e o tamanho da sua área de contribuição. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo de caracterizar, através de mensurações de campo no município de Bananal (SP), as relações entre área de contribuição e declividade da encosta, estimar valores críticos de tensão cisalhante e relacionálos com parâmetros morfológicos a partir de diferentes condições de precipitação e condutividade hidráulica saturada, visando estabelecer o limite crítico responsável pela iniciação de canais para os diferentes padrões de cabeceira de drenagem classificados na região. No que se refere aos mapeamentos de campo, os pontos onde estavam localizadas as incisões dos canais, e pontos a montante, ao longo do hollow, onde não havia incisões foram coletados utilizando-se um GPS, a declividade foi obtida com o auxílio de um clinômetro e a área de contribuição, para cada ponto, calculada através da utilização de um planímetro. De modo geral, os resultados apresentaram um claro zoneamento dos dados mensurados, de acordo com a tipologia das cabeceiras de drenagem, que os parâmetros morfológicos foram determinantes na iniciação dos canais observadas e que os valores modelados de tensão cisalhante foram bastante coerentes com as observações de campo. Autor: Vivian Castilho da Costa Orientador: Josilda R. da Silva de Moura Título: Análise do potencial turístico das RA’s de Campo Grande e Guaratiba (RJ) 203 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 Resumo: A presente dissertação se insere na temática de Geografia do Turismo e foi desenvolvida em duas Regiões Administrativas (RAs) da Zona Oeste do Município do Rio de Janeiro, quais sejam: RA de Campo Grande e RA de Guaratiba. Seus principais objetivos são: avaliar o desenvolvimento e o potencial das atividades turísticas na área em estudo e propor diretrizes gerais para sua implementação, de forma compatível com o desenvolvimento sustentável da região. Metodologicamente, foi desenvolvida através do uso e aprimoramento de determinados cálculos - a exemplo do Índice de Qualidade Urbana (IQU) - e aplicação de ferramentas de Geoprocessamento, que conduziram à identificação das áreas com diferentes potenciais para o turismo. A análise dos principais resultados foi feita de maneira individualizada, considerando que são RAs com realidades distintas, apesar de serem geograficamente contíguas. A RA de Guaratiba apresenta maior desenvolvimento e, conseqüentemente, maior potencialidade para o turismo, com algumas atividades já consolidadas e riquezas naturais que atraem visitantes (turistas nacionais e até internacionais), quais sejam: praias, manguezais, restingas e florestas. Além disso, há espaços livres ainda não utilizados, disponíveis para a implantação de novos empreendimentos turísticos. Já a RA de Campo Grande, pelo seu caráter peri-urbano e seu perfil de grande sub-centro da Zona Oeste, apresenta poucas atividades turísticas consolidadas e algumas potencialidades, que deverão ser aproveitadas, a médio e longo prazo. O presente estudo fornece importantes e inéditas informações, inclusive de natureza teórico-conceitual, que deverão ser aproveitadas, não somente pela comunidade técnico-científica mas, principalmente, por aqueles que residem no local, que deverão estar inseridos no processo de fomento das atividades turísticas, dentro de uma visão de planejamento participativo. Autor: Roberto Arnaldo Trancoso Gomes Orientador: Nelson Ferreira Fernandes Título: Condicionantes geomorfológicos e o efeito da escala cartográfica na previsão de áreas críticas a deslizamentos Resumo: Os escorregamentos são fenômenos naturais que além de modelarem o relevo causam grandes danos a humanidade através de prejuízos financeiros e mortes. Deste modo, a predição deste tipo de fenômeno é de extrema importância pois poderá auxiliar num melhor planejamento de cidades e de obras de contenção preventivas mais eficazes. 204 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 Vários modelos vêm sendo propostos no mundo científico, dentre eles, destaca-se o modelo SHALSTAB, desenvolvido por Dietrich et al., (1993), que combina um modelo hidrológico com o modelo de instabilidade de encosta (baseado na equação do Talude Infinito). O SHALSTAB vêm obtendo resultados muito bons em regiões do oeste dos EUA e também, em áreas tropicais. A partir disso, o objetivo deste trabalho é definir no relevo as áreas mais susceptíveis a escorregamentos e analisar a eficiência do modelo utilizando dados topográficos de escalas de menor detalhe. Para tal, é necessário, inicialmente, gerar um modelo digital de terreno para obter os parâmetros geomorfológicos (como declividade e área de contribuição) e posteriormente, identificar as áreas de risco no relevo. Os resultados obtidos apresentam que as classes de menor declive, para a escala de 1:50000, são superestimadas em relação as mesmas classes produzidas a partir de dados na escala de 1:10000. Já com relação ao parâmetro área de contribuição isto se inverte, ou seja, as classes de área de contribuição na escala de 1:50000 são subestimadas em relação a área de contribuição gerada na escala de 1:10000. Além disso, verifica-se que o percentual de cicatrizes na escala de 1:10000 se localizou, na área de estudo 1, em boa parte da classe instável obtendo deste modo, um grande acerto. Entretanto, isto não aconteceu com o modelo gerado a partir dos dados na escala de 1:50000, no qual a classe estável obteve muitas cicatrizes, indicando uma redução no acerto do modelo. A partir disso, verifica-se que o modelo SHALSTAB consegue prever certos escorregamentos, os quais sofrem, principalmente, muita influência da declividade, entretanto, aqueles gerados principalmente pela convergência de água (área de contribuição) ficam limitados devido ao tamanho do grid, para a escala de 1:50000. Autor: Mario Roberto Trompowsky Livramento Gonçalves Ribeiro Orientador: Mauricio Abreu Título: Bairro de Guadalupe: o processo de consolidação de um bairro a partir de uma experiência governamental no campo da habitação popular Resumo: O presente estudo se propõe a investigar os recursos e limitações de um determinado território, utilizando técnicas de geoprocessamento, com o objetivo de definir áreas potencialmente viáveis ao desenvolvimento de atividades turísticas. A área escolhida para a investigação abrange o município de Macaé – RJ e seu entorno, totalizando 5 000 km2. Temas complementares, como integração de dados e de conhecimento, provenientes de diferentes fontes, formatos, escalas e resolução, também são tratados. 205 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 Atividades turísticas têm como palco o espaço geográfico, e as características territoriais desse espaço necessitam ser investigadas para orientar os investimentos tanto do setor quanto do poder público e, ao mesmo tempo, proteger o ambiente. Para demonstrar a eficácia do uso do geoprocessamento como instrumento de apoio à decisão quanto à definição do potencial para o desenvolvimento de atividades turísticas no território municipal de Macaé – RJ e seu entorno, são utilizadas técnicas de geoprocessamento aliadas a uma metodologia desenvolvida para tal fim, para uso com o aplicativo SAGA/UFRJ. Como suporte teórico ao modelo de análise adotado, é introduzido o conceito de geoplanejamento como um processo no qual os dados digitais existentes vão sendo incorporados conforme a necessidade e disponibilidade, possibilitando avaliações sucessivas que ampliem o conhecimento do território, como apoio à tomada de decisão, permitindo o desencadeamento de ações paralelas à medida que gera sínteses intermediárias e incorpora a nova informação. O modelo de análise para identificação de áreas com potencial turístico teve como base critérios de acesso, infra-estrutura, limitações (declividade), mão-de-obra (instrução), atrativos naturais, áreas pouco densas, sem riscos e sem restrição de uso, representados em 21 Planos de Informação básicos, utilizados para compor os 29 Planos de Informação derivados das avaliações, que serviram de instrumento para a seleção das melhores alternativas como apoio à tomada de decisão.. As áreas potenciais selecionadas são as que reúnem a melhor combinação desses critérios e ainda podem ser filtradas pela combianção com informação adicional para, por exemplo, incentivar a geração de renda. Os mapas resultantes podem ser visualizados nos arquivos constantes do CD-Room que compõe o anexo V do volume II desta tese. Autor: Carlos Augusto Portela Senna Orientador: Mauro Sérgio F. Argento Título: Vulnerabilidade de paisagens como suporte ao zoneamento ambiental do Maciço do Mendanha – Rio de Janeiro Resumo: Esta Dissertação foi realizada com o objetivo de servir como base a processos de gestão e planejamento ambiental da área do Maciço do Mendanha. 206 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 O conceito base proposto para a área, que também se presta a ser a unidade territorial elementar para o seu manejo, é a paisagem. A paisagem é um produto da expressão visual de um conjunto de diferentes fenômenos, estudados por diversas disciplinas, tais como pedológicos, geomorfológicos, ecológicos e sócio-econômicos que, de acordo com a combinação e arranjo espacial apresentados, caracterizam paisagens em diferentes níveis de vulnerabilidade. Para a integração e disponibilização de todos estes fenômenos numa base cartográfica e de banco de dados coesa e de fácil consulta, utilizou-se um Sistema de Informações Espaciais com uma estrutura orientada a objeto, o que permitiu que dados (carto)gráficos e não gráficos fossem armazenados num mesmo banco de dados. Como produto final obteve-se um zoneamento ambiental para o Maciço do Mendanha, baseado na vulnerabilidade de suas paisagens, o que constitui por si só um elemento de diagnóstico e de direcionamento para gestão e manejo da área, tanto no tocante aos seus aspectos sociais quanto naturais. Autor: Rebeca Steimann Orientador: Lia Osório Machado Título: A Geografia das cidades de fronteira: um estudo de caso de Tabatinga (Brasil) e Letícia (Colômbia) Resumo: A atual tendência de formação de blocos econômicos regionais e as diásporas de povos com nacionalidade compósita numa escala sem precedentes no passado provocaram uma mudança fundamental na abordagem das fronteiras e limites internacionais. Como parte dessa transformação conceitual, alguns pesquisadores têm se preocupado em compreender os efeitos da desfuncionalização parcial das fronteiras políticas internacionais e o papel das cidades gêmeas como possíveis catalisadores da cooperação fronteiriça. O presente estudo tem como objetivo traçar um perfil dos municípios da fronteira norte e analisar as relações espaciais de um par de cidades gêmeas nela incluídas: a cidade de Tabatinga, no estado do Amazonas, e a cidade de Letícia, no Departamento do Amazonas, na Colômbia. Esse estudo poderá contribuir para ampliar o conhecimento sobre a região e a zona de fronteira e seus processos particulares e fornecer subsídios às políticas públicas de desenvolvimento da faixa de fronteira e de integração aos países vizinhos. Embora tenha se mantido praticamente isolada do restante do território nacional, com baixa densidade demográfica e fraca articulação regional, é possível observar na 207 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 fronteira norte múltiplas redes de articulação que se sobrepõem ao limite internacional. Além de ampliar a rede de relações das cidades da fronteira norte, essas redes provocaram alterações na organização espacial: uma intensa urbanização, uma incipiente diferenciação na hierarquia urbana e a desagregação das atividades extrativas e de subsistência que prevaleciam na fronteira norte até então. Além disso, atraíram imigrantes dos países vizinhos e de outras regiões do país em busca de trabalho ou de oportunidades de enriquecimento, o que garantiu a subsistência dessas cidades e conferiu a região um traço cultural característico. Essa capacidade relacional, desenvolvida de forma tácita através da atuação de agentes nas escalas sub-nacional e supranacional, contribuiu para diferenciar o subespaço Tabatinga-Letícia de seu entorno imediato. O conhecimento das inúmeras transações formais e informais realizadas entre as cidades de fronteira poderá incrementar a cooperação transfronteiriça e gerar alternativas econômicas para esses espaços que tem sido constantemente utilizados por redes de tráfico de drogas e contrabando. Autor: Débora Rodrigues Barbosa Orientador: Josilda R. da Silva de Moura Título: O conforto ambiental na interface saúde-meio ambiente na área central da Região Administrativa de Bangu – município do Rio de Janeiro Resumo: A área de estudo compreende a área central da Região Administrativa de Bangu, no município do Rio de Janeiro e vem sofrendo inúmeras conseqüências da degradação ambiental, que se fazem sentir na saúde da população. Nesse sentido, esse estudo procura analisar as relações entre a redução da qualidade ambiental e suas repercussões na saúde pública regional, sob a ótica da Geografia Médica. Para o desenvolvimento das pesquisas foram utilizadas técnicas de Geoprocessamento, análises dos dados meteorológicos e de saúde coletiva, bem como aplicação de questionários para investigação da percepção ambiental da população local. Os resultados apontaram para a sensível percepção ambiental e desconforto térmico da população local devido às flutuações da temperatura da Região. A análise dos dados de hipertensão local sugere uma relação entre as flutuações da temperatura e os índices de hipertensão da XVII RA, maiores que a média do município, sobretudo nos meses mais quentes. Por sua vez, a concentração urbano-industrial e a deficiência na dispersão de poluentes têm contribuído para o agravamento dos casos de doenças respiratórias locais. Apesar do bairro possuir uma grande concentração de população de baixa renda, os problemas da qualidade ambiental atingem os diferentes segmentos sociais. 208 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 Autor: Leonardo Carneiro de Oliveira Orientador: Lia Osório Machado Título: A rede de empreendimentos turísticos e sistema de informações: contexto e desafio em Paraty (RJ) Resumo: O trabalho parte de uma análise histórica, ambiental e cultural do município de Paraty, tendo como objetivo apresentar as atratividades locais para a atividade do turismo. A partir de uma análise da atividade do turismo, propõe a morfologia das redes geográficas. Prossegue, analisando a rede de empreendimentos turísticos na área urbana do 1o Distrito de Paraty (Centro Histórico e bairros circundantes). Problematiza a rede local e sugere algumas interferências objetivando a otimização do sistema de turismo em Paraty, na tentativa de se conjugar crescimento da atividade do turismo com desenvolvimento sócio-espacial. Autor: Andréa Carmo Sampaio Orientador: Dra Josilda Rodrigues da Silva de Moura Título: Considerações sobre a evolução geomorfológica-geológica recente da Baía de Sepetiba – litoral sul-sudoeste do Estado Rio de Janeiro Resumo: A Baía de Sepetiba é uma interessante feição geográfica da costa sul/sudoeste do Estado do Rio de Janeiro cuja existência está condicionada a um extenso cordão arenoso, a Restinga da Marambaia. Esta feição é, na verdade, uma ilha barreira que, alinhada no eixo leste-oeste, isola parcialmente as águas da Baía da ação das vagas oceânicas, criando o que se convencionou chamar de ambiente lagunar semiconfinado. A Baía de Sepetiba vem apresentando importantes mudanças em sua forma, com ambientes onde se observam importantes processos de assoreamento no litoral continental, contrastando com ambientes em intensa erosão no litoral norte da Restinga da Marambaia. Neste trabalho evidenciou-se que o assoreamento está diretamente relacionado às regularizações na drenagem da baixada e transposição de águas, sobretudo da bacia do Paraíba do Sul para a bacia do Guandu, com incremento do aporte de sedimentos na 209 Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 25 / 2002 baía, que vêm associados, também, à poluição e aumento da turbidez da água. A erosão da restinga, entretanto, não apresenta uma ligação direta com a ação humana, podendo ser relacionada a oscilações locais do nível marinho, com provável interferência da neotectônica.O alinhamento da Restinga da Marambaia, em conformidade com o alinhamento geral do litoral fluminense compreendido entre Cabo Frio (município de Cabo Frio) e a Ponta do Picão (leste de Guaratiba, na zona oeste do município do Rio de Janeiro) fez com que sua evolução venha sendo descrita em consonância com os processos inferidos/averiguados para o restante das lagunas encontradas no compartimento dos cordões litorâneos do litoral sudeste do Brasil (MUEHE, 1998). Entretanto, a análise dos modelos propostos para a evolução do sistema Baía de Sepetiba/Restinga da Marambaia, quando confrontados com os modelos teóricos que lhes dão sustentação; com estudos de geologia e geomorfologia regionais; com observações de campo e outros estudos e levantamentos efetuados na área; vem indicando a necessidade de uma perspectiva diferente para explicar a gênese e evolução desse sistema. Essa perspectiva necessita de estudos geofísicos e geológicos que possibilitem a exata delimitação dos limites do gráben da Guanabara, onde possivelmente encontrase a área em estudo, apoiada sobre um de seus blocos rebaixados. Diversas feições geomorfológicas são indicativas de que a área está em subsidência, provavelmente controlada por acomodamentos tectônicos recentes, uma vez que regionalmente há evidências de atividade neotectônica ainda atuante. A transfiguração da paisagem pelo acelerado crescimento urbano-industrial sem um planejamento adequado, associado a uma possível ruptura da restinga, prenunciam uma pressão ainda maior sobre a baía, o que viria a resultar em sua completa degradação, prejudicando ainda mais as economiaslocais, tradicionalmente apoiadas nas atividades agrícola, pesqueira e de turismo e lazer. A compreensão da dinâmica do geo-sistema ambiental da Bacia Hidrográfica da Baía de Sepetiba e da Restinga da Marambaia, e de seus condicionantes geológicos, geomorfológicos e oceanográficos é o primeiro passo para se compreender quais processos podem estar contribuindo para o assoreamento do litoral continental e a erosão da Restinga, diagnóstico básico na determinação de ações que venham a evitar maiores prejuízos, através de um planejamento adequado dos usos dos solos nessa região.

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